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Petro demite 7 ministros e acaba coalizão no Congresso

Novos ministros assumiram nesta quarta (26); aliança com partidos de direita se desmancha no Congresso e encurrala governo

Giro Latino
#Colômbia26 de abr. de 233 min de leitura
Presidente colombiano Gustavo Petro na inauguração do mercado de Sandoná, em Nariño. Foto: Juan Diego Cano / Presidência da Colômbia via Flickr
Giro Latino26 de abr. de 233 min de leitura

É o governo da mudança. A mudança de gabinete ministerial. Na terça-feira (25), o presidente colombiano Gustavo Petro demitiu sete ministros após criticar os maus resultados na missão de levar adiante o programa de governo, principalmente as reformas agrária e da saúde.

As trocas ocorreram nas pastas da Fazenda, Agricultura, Saúde, Transporte, Ciência, Interior, Secretaria-Geral da Presidência e Tecnologias da Informação e Comunicações – nestas duas últimas, o titular deixou a primeira para assumir a outra. Os novos ministros assumiram nesta quarta-feira (26).

Desde Zarzal, em Valle del Cauca, numa fazenda apreendida do narcotráfico e entregue a famílias campesinas, Petro não escondeu a irritação com seus subordinados: “Se o governo da mudança não é capaz de colocar estas terras para produzir alimentos e levar alimentos para onde há fome, então estamos fracassando”, arremeteu o chefe do Executivo colombiano. A frase é uma referência às alterações no projeto do Plano Nacional de Desenvolvimento, que previa originalmente a compra de terras não produtivas como estratégia para acelerar a reforma agrária. “O governo colombiano deveria se declarar em emergência. E isso significa trabalhar dia e noite para baixar os preços dos alimentos”, concluiu Petro.

Outra dor de cabeça para o presidente colombiano tem sido a reforma da saúde. Fortemente criticada por setores dentro do próprio governo, ela já tinha sido motivo para a demissão de outros três ministros no fim de fevereiro. A resistência de bancadas até agora aliadas no Congresso dinamitou ainda mais o projeto – que, entre outras coisas, previa acabar com as chamadas EPS, prestadoras de serviços terceirizadas encarregadas de atender a população, mas protagonistas de diversos escândalos de fraude e corrupção nos últimos anos.

As desavenças pelas reformas com o Partido Conservador, o Partido Liberal e o Partido de La U também fizeram a coalizão governista desmanchar no Legislativo. Na prática, isso deixa o governo Petro na corda bamba: se já era difícil colocar em marcha as reformas com maioria parlamentar, agora essa missão beira o impossível. Sem esses aliados de peso, que detêm mais de um terço no Senado e na Câmara, o governo terá que negociar apoios pontuais (algo que já começou a ser reprimido por legendas dissidentes), buscar um improvável aceno de uribistas ou rezar por um milagre.

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