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Eleições na Argentina: fenômeno Milei se aproxima

Líder nas pesquisas, extremista Javier Milei tenta vitória no primeiro round das eleições presidenciais; a conservadora Patricia Bullrich e o ministro de Economia, Sergio Massa, brigam por vaga no segundo turno

GIRO LATINO
#EXTREMA DIREITA22 de out. de 232 min de leitura
Casa Rosada, sede do governo argentino, em maio de 2015. Foto: Pedro Paulo Palazzo via Flickr
GIRO LATINO22 de out. de 232 min de leitura

Um sujeito espalhafatoso que parece emocionalmente desequilibrado e dois burocratas com o carisma de bonecos de papelão. Esses são os perfis dos principais nomes da corrida presidencial argentina, e um deles se consagrará vencedor de uma tragédia anunciada: um país com inflação interanual de 138%, cerca de 40% da população vivendo na pobreza, uma dívida externa (ou eterna) com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e um setor agrícola, motor da economia, recém se recuperando dos anos de seca.

Neste domingo (22), começa o primeiro round. O economista ultraliberal Javier Milei, representante da extrema-direita, lidera as intenções de voto na maioria das pesquisas, embora em nenhuma pareça atingir 40% e 10 pontos percentuais de vantagem em relação ao segundo colocado – condições necessárias para vencer em primeiro turno. Negacionista climático, defensor da venda de órgãos e fenômeno midiático conhecido por propostas como “explodir o Banco Central”, dolarizar a economia e cortar a maioria dos ministérios do país, Milei usa a mesma fórmula de Donald Trump e Jair Bolsonaro para se promover: faz declarações absurdas que dão audiência e votos.

Ainda do lado direito do espectro, mas sem os exageros do anterior, está a conservadora Patricia Bullrich, ex-ministra de Segurança durante o governo de Mauricio Macri (2015-2019) – ex-presidente que, curiosamente, tem feito acenos carinhosos a Milei e rachado a própria coalizão Juntos pela Mudança. Bullrich tenta uma vaga no segundo turno com uma defesa ferrenha do combate à criminalidade.

Já a esperança peronista está depositada no ministro de Economia, Sergio Massa – que, embora não seja o autor original do caos econômico argentino, também não deu as respostas contundentes esperadas pela população desde que assumiu a pasta, em julho do ano passado. Um dos poucos respiros nesse sentido tem sido a cooperação internacional: nesta quarta (18), a China anunciou a ampliação do mecanismo de swap cambial para a Argentina no valor de 47 bilhões de yuans (R$ 32 bilhões) – facilitando o pagamento da dívida com o FMI sem gastar as magras reservas de dólares.

Mas tudo isso pode ruir se um certo sujeito berrante chegar ao poder: afinal, Milei prometeu que não vai “pactuar com países comunistas”.

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